Dólar tem maior queda em seis anos e fecha a R$ 2,14


O dólar registrou queda histórica no Brasil hoje, com o mercado cambial animado pelas fortes altas nas bolsas de valores globais em reação ao plano da Europa de socorro a bancos de cerca de US$ 2,28 trilhões e a ação coordenada pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) com os bancos centrais da Europa, da Inglaterra e da Suíça para prover dólares ao mercado interbancário atendendo o total da demanda.

O Banco Central brasileiro hoje de medidas para liberar depósitos compulsórios das instituições financeiras num total de R$ 100 bilhões também foi bem recebido, embora não tenha diretamente efeito sobre as cotações do dólar, afirmaram operadores consultados. Essas ações sintonizadas levaram o dólar à vista a cair quase 8% e a BM&F a ampliar para 8% o limite de baixa do contrato futuro de dólar para novembro.

O dólar comercial registrou queda de 7,76% e fechou cotado a R$ 2,14 - menor valor desde o último dia 3 de outubro, quando foi cotado a R$ 2,044, e também maior queda diária da moeda desde 1º/8/2002, quando recuou 9,51%. Esses resultados diminui a alta mensal apurada pelo dólar para 12,51%. Na BM&F, o dólar negociado à vista encerrou com a menor cotação do dia, em baixa de 7,91%, a R$ 2,141.

As 16h30, o dólar comercial ampliou as quedas exibidas e renovou a mínima, cotado a R$ 2,139 (-7,80%), em sintonia com a ampliação pouco antes do limite de baixa do dólar futuro para novembro na BM&F, de -6% para -8% hoje, a R$ 2,142, informou um operador. Esta tarde, os negócios com contrato futuro de dólar para novembro foram travados na BM&F porque a cotação atingiu o limite de queda de 6%, cotado a R$ 2,1885. Isso levou a BM&F a reavaliar o limite de queda, que foi ampliado hoje para -8%, a R$ 2,142, afirmou a fonte. A BM&F confirmou essa mudança do limite de baixa hoje.

Segundo o operador José Carlos Amado, da Renascença Corretora, os negócios no mercado cambial foram dificultados porque o contrato futuro de dólar para novembro na BM&F bateu, primeiro, o limite de queda fixado pela bolsa, ao atingir R$ 2,1885 (-5,99%), e isso travou as operações de arbitragem de dólar à vista com o dólar futuro. Depois, a BM&F ampliou o limite de baixa do dólar futuro, o que levou o dólar comercial a renovar a mínima, cotado a R$ 2,139 (-7,80%).

O giro financeiro movimentado diminuiu um pouco. O volume total à vista somou cerca de US$ 2,090 bilhões, ante cerca de US$ 2,257 bilhões na sexta-feira.

Diante da forte queda do dólar hoje, o BC fez apenas um leilão de venda de swap cambial - o sexto seguido - e que já estava programado desde sexta-feira à noite. No leilão, o BC vendeu US$ 494,5 milhões em contratos de swap, operação em que a autoridade monetária mantém posição vendedora em câmbio e compradora em juros.

À tarde, o Banco Central anunciou que a operação de venda de dólares nos leilões do BC com compromisso de recompra futura - recentemente, o BC fez essas operações nos dias 19 e 26 de setembro e 7 de outubro - gerará abatimento no recolhimento compulsório sobre os depósitos interfinanceiros das empresas de arrendamento mercantil (leasing) para as instituições que participarem desses leilões. Segundo o BC, a medida pode liberar até R$ 20 bilhões, valor correspondente ao total do recolhimento realizado atualmente neste tipo de depósito. De acordo com circular 3.412 distribuída pelo BC, o benefício será gerado apenas durante o período da operação de câmbio - entre o leilão de venda e a data estipulada para a recompra. Este abatimento será no valor total da aquisição dos dólares pela instituição financeira e entra em vigor a partir de hoje.

Fonte: portalexame.abril.com.br

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